Texto para responder às questões de 12 a 20.

O encontro

Em redor, o vasto campo. Mergulhado em névoa branda, o verde era pálido e opaco.
Contra o céu, erguiam-se os negros penhascos tão retos que pareciam recortados a faca.

Espetado na ponta da pedra mais alta, o sol espiava através de uma nuvem.

“Onde, meu Deus?! – perguntava a mim mesma – Onde vi esta mesma paisagem, numa tarde assim igual?”

Era a primeira vez que eu pisava naquele lugar. Nas minhas andanças pelas redondezas, jamais fora além do vale.

Mas esse dia, sem nenhum cansaço, transpus a colina e cheguei ao campo. Que calma! E que desolação.

Tudo aquilo – disso estava bem certa – era completamente inédito para mim.

Mas por que então o quadro se identificava, em todas as minúcias, a uma imagem semelhante lá nas profundezas de minha memória?

Voltei-me para o bosque que se estendia à minha direita. Esse bosque eu também já conhecera com sua folhagem cor de brasa dentro de uma névoa dourada.

“Já vi tudo isto, já vi… Mas onde? E quando?”

Fui andando em direção aos penhascos. Atravessei o campo. E cheguei à boca do abismo cavado entre as pedras.

Um vapor denso subia, como um hálito daquela garganta de cujo fundo insondável, vinha um remotíssimo som de água corrente. Àquele som eu também conhecia. Fechei os olhos.

“Mas se nunca estive aqui! Sonhei, foi isso? Percorri em sonho estes lugares e agora os encontro, palpáveis, reais? Por uma dessas extraordinárias coincidências teria eu antecipado aquele passeio enquanto dormia?”

Sacudi a cabeça, não, a lembrança – tão antiga quanto viva – escapava da inconsistência de um simples sonho. Ainda uma vez fixei o olhar no campo enevoado, nos penhascos enxutos.

A tarde estava silenciosa e quieta. Contudo, por detrás daquele silêncio, no fundo daquela quietude eu sentia qualquer coisa de sinistro.

Voltei-me para o sol que sangrava como um olho empapando de vermelho a nuvenzinha que o cobria.
Invadiu-me a obscura sensação de estar próxima de um perigo.

Mas que perigo era esse e em que consistia? Dirigi-me ao bosque. E se fugisse? Seria fácil fugir, não? Meu coração se apertou, inquieto.

Fácil, sem dúvida, mas eu prosseguia implacável como se não restasse mesmo outra coisa a fazer senão avançar.

“Vá-se embora depressa, depressa!” – a razão ordenava enquanto uma parte do meu ser, mergulhada numa espécie de encantamento, se recusava a voltar.

Uma luz dourada filtrava-se por entre a folhagem do bosque que parecia petrificado.

Não havia a menor brisa soprando por entre as folhas enrijecidas, numa tensão de expectativa.

“A expectativa está só em mim” – pensei, triturando entre os dedos uma folha avermelhada.

Veio-me então a certeza absoluta de já ter feito várias vezes esse gesto enquanto pisava naquele – mesmo chão que arfava sob os meus sapatos.
Enveredei por entre as árvores. –

“E nunca estive aqui, nunca estive aqui” – fui repetindo a aspirar o cheiro frio da terra. Encostei-me a um tronco e por entre uma nesga da folhagem vislumbrei o céu pálido.

Era como se o visse pela última vez.

“A cilada” – pensei diante de uma teia que brilhava suspensa entre dois galhos.

No centro, a aranha. Aproximei-me: era uma aranha ruiva e atenta, à espera.

Sacudi violentamente o galho e desfiz a teia que pendeu em farrapos. Olhei em redor, assombrada. E a teia para a qual eu caminhava, quem? Quem iria desfazê-la?

Lembrei-me do sol, lúcido como a aranha. Então enfurnei as mãos nos bolsos, endureci os maxilares e segui pela vereda.

TELLES, Lygia Fagundes. . Rio de Janeiro: Rocco, 1998. ( )

11. Vivemos em uma democracia, onde nossos direitos e deveres estão estabelecidos da constituição. Elegemos governantes e debatemos ideias com diferentes pontos de vistas com liberdade e autonomia. Dentre os três poderes que estão estabelecidos hoje no Brasil, temos a seguinte composição: Poder Executivos, que exerce como principal função, a de administrar o Estado. O Poder Legislativo, composto pelo Senado e pela Câmara dos Deputados, onde o principal papel é o controle e fiscalização do executivo. E o Poder Judiciário, que tem a prerrogativa de aplicar a lei. Seguindo a ordem disposta acima, assinale a alternativa correta dos presidentes de cada instância.

10. Colômbia e guerrilheiros assinam acordo que põe fim a mais de 50 anos de conflito armado, que, ao longo desses anos, deixou um saldo negativo de mais de 200 mil mortos. Todo esse conflito começou com reinvindicação de reforma agrária e ao longo do tempo a causa se transformou. Apontado como principal articulador para que esse acordo acontecesse, o presidente de Cuba, Raúl Castro, celebra em Havana o ato de assinatura, juntamente com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e pelo principal chefe guerrilheiro, Rodrigo Londoño Echeverry, conhecido como “Timochenko”. Esse grupo de guerrilheiros é conhecido pelo nome de: