Diagnóstico de infecção pelo Vírus da Leucemia Felina (FeLV): Implicações na prática clínica

Diagnóstico de infecção pelo Vírus da Leucemia Felina (FeLV): Implicações na prática clínica

Monografia apresentada na Pós-Graduação em Clínica Médica de Felinos

O Vírus da leucemia felina (FeLV) foi isolado no ano de 1964 por Willian Jarrett e sua equipe, no momento em que pesquisavam a origem de linfomas em gatos domésticos em um abrigo de felinos na Escócia. O FeLV pertence à família Retroviridae, gênero Gammaretrovirus. É de suma importância na medicina veterinária, por acometer felinos domésticos e selvagens e devido estar envolvido com diversas alterações hematológicas, imunossupressão e diversas doenças neoplásicas. A frequência de ocorrência de infecção está associada a determinados fatores de risco e medidas de controle e profilaxia. O meio mais comum de transmissão é o contato oronasal entre felinos sadios e portadores assintomáticos, que fazem a eliminação viral durante anos. Este vírus acarreta imunossupressão, doenças imunomediadas ou mesmo neoplasias. Uma característica que diferencia os retrovírus dos demais vírus é que possuem a capacidade de sintetizar uma DNA (ácido desoxirribonucleico) a partir de um genoma que é constituído por RNA (ácido ribonucleico), por meio de um processo denominado transcrição reversa mediado por uma enzima de mesmo nome. O gênero possui vírus endógenos e exógenos. Podem ser classificados de acordo com as quantidades de espécies que podem infectar e também de acordo com os receptores para essa espécie de vírus. A classificação da infecção viral e suas fases levam em conta o tipo de resposta imunitária, carga infectante e genética do hospedeiro e são denominadas de infecção regressiva, infecção progressiva, infecção latente e infecção atípica. Diversos fatores como idade, carga viral, subtipo viral, via de exposição ao vírus, estado imunitário do animal e a presença de doenças concomitantes, podem influenciar na via como o FeLV progride. A prevalência do FeLV e das doenças associadas estão diminuindo desde os anos 1980 nos países que adotaram programas que têm por finalidade o diagnóstico e a prevenção, mesmo sendo considerada uma doença infecto contagiosa entre os felinos. O FeLV é uma infecção comum na rotina clínica de felinos, porém pouco diagnosticada. O diagnóstico correto e confiável se torna extremamente importante na rotina, uma vez que o diagnóstico laboratorial é a única forma de diagnóstico da infecção, que causa sinais clínicos muito inespecíficos e também por questões sanitárias, pois muitos animais progressores ou mesmo regressores podem estar atuando como fontes de infecção para os demais animais de maneira totalmente inaparente. A importância dos testes é que demonstrem eficácia, acurácia, facilidade de execução e tempo de realização para de que meios efetivos possam ser utilizados com intuito de prevenir a disseminação da doença, sendo usados para identificação e o isolamento de animais infectados.