Publicado em

Foliculite Furunculose do Bull Terrier: Relato de Caso

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE TECNOLOGIA DE CURITIBA – UNIFATEC-PR

Curso de Pós-Graduação em Dermatologia Veterinária
Autora: Juliana Aparecida do Carmo Emidio Moreira da Silva
Orientadora: Profa. Dra. Yumi Sheu
Local: São Paulo / SP, 2024


Resumo

Este estudo relata o caso clínico de uma cadela Bull Terrier, de 8 anos, diagnosticada com foliculite furunculose. Acredita-se que a patologia esteja associada a uma predisposição genética e imunodeficiência dos linfócitos T. O diagnóstico foi realizado através de anamnese, exame físico e citológico. O tratamento incluiu antibioticoterapia, anti-inflamatórios e terapias tópicas. A paciente respondeu positivamente ao tratamento, apresentando remissão das lesões e recuperação da pelagem nas áreas afetadas.

Palavras-chave: Piodermite profunda, Bull Terrier, Antibiótico, Ciclosporina.


Introdução

A foliculite furunculose é uma condição dermatológica caracterizada por infecção bacteriana que afeta camadas profundas do folículo piloso, podendo evoluir para furunculose com formação de fístulas e exsudato purulento. Os agentes mais comuns incluem Staphylococcus pseudintermedius e, em casos graves, bactérias gram-negativas. Esta condição é frequentemente descrita em raças como Bull Terrier e Pastor Alemão, com predisposição genética e imunodeficiência celular como fatores contribuintes.


Revisão de Literatura

O que é Foliculite Furunculose?

Trata-se de uma piodermite profunda que envolve inflamação do folículo piloso, evoluindo para furunculose e formação de fístulas. As lesões podem apresentar alopecia, prurido, crostas, hiperpigmentação e odor fétido. Estudos apontam predisposição genética e imunodeficiência celular como fatores principais.

Diagnóstico

O diagnóstico baseia-se em anamnese, exame clínico e citologia, que revela processo inflamatório com neutrófilos e bactérias. Exames complementares, como hemograma e biopsia, ajudam a excluir outras condições.

Tratamento

Inclui antibioticoterapia de longo prazo, imunossupressores como ciclosporina e tratamento tópico com xampu à base de clorexidina. Hidratantes também são recomendados para reduzir o ressecamento.


Relato de Caso

Apresentação do Paciente

Cadela Bull Terrier, 8 anos, com lesões dermatológicas crônicas de 4 anos, incluindo alopecia, pápulas, crostas e prurido moderado. Exames hematológicos revelaram linfopenia discreta e aumento da fosfatase alcalina (1195 U.I./L). Ultrassom mostrou alterações hepáticas e nefropatia crônica.

Tratamento Instituído

  • Antibiótico: Amoxicilina + clavulanato de potássio (22 mg/kg, BID, por 60 dias).
  • Imunossupressor: Ciclosporina (5 mg/kg, SID, por 60 dias).
  • Anti-inflamatório: Prednisolona (0,5 mg/kg, BID, por 7 dias).
  • Terapia Tópica: Xampu à base de clorexidina 3%, 2x por semana.
  • Hidratante: Humilac spray, aplicado após banhos.

Resultados

Após 30 dias, houve melhora nas lesões e redução do eritema. Com 70 dias, a pele apresentava sinais de repilação. Episódios de vômito associados à ciclosporina foram controlados com omeprazol (1 mg/kg, BID).


Discussão

Os achados clínicos e citológicos corroboram a literatura sobre foliculite furunculose. A combinação de antibioticoterapia prolongada, ciclosporina e tratamentos tópicos mostrou-se eficaz. O manejo dos efeitos colaterais foi essencial para o sucesso do tratamento.


Considerações Finais

O sucesso do tratamento dependeu do comprometimento da tutora e do acompanhamento regular. A foliculite furunculose exige abordagem multidisciplinar e personalizada, destacando a importância do alinhamento entre tutor e veterinário.


Referências

  • Bannoer, J., et al. Population Genetic Structure of the Staphylococcus intermedius Group. Journal of Bacteriology, 2007.
  • Koo, J., Lee, J. Cyclosporine: What Clinicians Need to Know? Dermatology Clinics, 1995.
  • Larsson, C. E., Lucas, R. Tratado de Medicina Externa: Dermatologia Veterinária. 2020.
  • Loeffler, A., Corbb, M. A., Bond, R. Comparison of a Chlorhexidine and a Benzoyl Peroxide Shampoo. The Veterinary Record, 2011.

Os Cursos Mais Bem Avaliados por Nossos Alunos

Publicado em

Sarna Demodécica Generalizada em Cão da Raça Buldogue Francês: Relato de Caso

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE TECNOLOGIA DE CURITIBA – UNIFATEC-PR

Curso de Pós-Graduação em Dermatologia Veterinária

Autora: Karolyne Sandy Moreira Assis
Orientador: Prof. Leonardo Dourado da Costa
São Paulo / SP, 2024


Resumo

A sarna demodécica, também conhecida como demodiciose ou “sarna negra”, é uma dermatopatia inflamatória gerada pela proliferação excessiva do ácaro Demodex na pele dos cães. Essa condição é prevalente em cães de raça definida, especialmente filhotes. Este relato descreve o caso de um buldogue francês com sarna demodécica generalizada, destacando a eficácia do tratamento instituído.

Palavras-chave: Ácaro, Imunossupressão, Parasitológico.


Introdução

A demodicidose é causada pela multiplicação descontrolada de Demodex, ácaros que fazem parte da microbiota cutânea. Essa dermatopatia afeta principalmente cães jovens ou imunossuprimidos, podendo apresentar formas localizadas ou generalizadas. O diagnóstico definitivo exige exames complementares, e o tratamento varia conforme a gravidade.


Revisão de Literatura

Definição

Demodex é transmitido nas primeiras horas de vida pelo contato com a mãe. A doença pode se manifestar de forma localizada ou generalizada, sendo mais comum em raças de pelagem curta.

Manifestações Clínicas

  • Forma Localizada: Lesões focais, sem prurido.
  • Forma Generalizada: Acometimento amplo com alopecia, eritema, crostas e pústulas.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico é confirmado por raspado cutâneo. Os tratamentos incluem antiparasitários tópicos e sistêmicos, como isoxazolinas e ivermectina.


Relato de Caso

Um buldogue francês de 5 meses foi atendido em clínica veterinária apresentando lesões eritematosas e pustulares. O diagnóstico de sarna demodécica generalizada foi confirmado por raspado cutâneo. O protocolo terapêutico incluiu:

  • Terapia tópica: Xampu manipulado à base de peróxido de benzoíla.
  • Terapia sistêmica: Ivermectina (0,5 mg/kg) e antipulgas (Bravecto®).
  • Antibioticoterapia: Benzilpenicilina mista para infecção bacteriana secundária.

Resultados

Após 30 dias, o cão apresentou melhora significativa, com redução do eritema e início de repilação. Após 90 dias, o paciente estava completamente recuperado, com exames negativos para Demodex.


Discussão

A sarna demodécica generalizada exige diagnóstico precoce e tratamento intensivo. O protocolo utilizado demonstrou eficácia, destacando a importância de terapias combinadas e acompanhamento rigoroso.


Considerações Finais

A sarna demodécica, embora comum, pode ser confundida com outras dermatopatias. Exames complementares são essenciais para diagnóstico e manejo eficaz, garantindo a recuperação completa do paciente.


Referências

  • Braga, T. K. E., et al. “Uso de afoxolaner no tratamento da demodiciose.”
  • Harvey, R. G., McKeever, P. J. Manual colorido de dermatologia do cão e do gato.
  • Larsson, C. E., Lucas, R. “Tratado de medicina externa.”
  • Silva, R. P. B., et al. “Sarna demodécica canina e suas perspectivas de tratamento.”

Os Cursos Mais Bem Avaliados por Nossos Alunos

Publicado em

Dermatofitose em Cães e Gatos: Relatos de Um Cão e Um Gato

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE TECNOLOGIA DE CURITIBA – UNIFATEC-PR

Curso de Pós-Graduação em Dermatologia Veterinária

Luiza Gianechini Senra
São Paulo / SP
2024


Introdução

A dermatofitose é uma infecção fúngica superficial de grande relevância tanto na medicina veterinária quanto na saúde pública, devido à sua capacidade zoonótica, ou seja, de ser transmitida de animais para humanos. Causada por fungos como Microsporum canis e Trichophyton mentagrophytes, essa infecção utiliza a queratina da pele, unhas e pelos como fonte de nutrição, resultando em lesões características. Este trabalho busca analisar dois casos clínicos – um em um gato e outro em um cão – com ênfase em suas manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento, reforçando sua relevância como zoonose.


Revisão de Literatura

A dermatofitose é provocada por fungos dermatófitos, que utilizam a queratina como fonte de nutrição. A transmissão ocorre por contato direto com animais infectados, fômites ou solo contaminado. Em animais jovens, a imunidade reduzida aumenta a susceptibilidade. O diagnóstico inclui a utilização da lâmpada de Wood, tricograma, citologia e cultura fúngica. O tratamento combina terapias tópicas e sistêmicas para garantir a eficácia.


Relato de Casos

Caso 1: Gato

Um gato macho de 3 meses foi resgatado com lesões alopécicas e eritematosas. O diagnóstico foi confirmado por lâmpada de Wood e citologia. Tratado com itraconazol (10 mg/kg) e xampu de miconazol/clorexidina, alcançou cura após 2 meses. A tutora também contraiu dermatofitose, sendo rapidamente tratada.

Caso 2: Cão

Uma cadela de 2 meses apresentava lesões circulares e crostas melicéricas. O diagnóstico foi feito com citologia. Tratada apenas com xampu tópico, a cura foi alcançada após 6 meses. A tutora contraiu a doença, mas se recuperou rapidamente com o tratamento.


Discussão

Os casos relatados destacam a importância de diagnósticos precisos e terapias adequadas para a dermatofitose. O uso de tratamentos combinados demonstrou maior eficácia, enquanto a relevância zoonótica sublinha a necessidade de conscientização para prevenção.


Considerações Finais

A dermatofitose, embora de baixa prevalência, é uma condição de grande impacto na saúde animal e pública. Este estudo reforça a necessidade de manejo criterioso baseado em evidências para garantir resultados clínicos eficazes.


Referências

  1. Ceconi, J. E., et al. Avaliação dos tratamentos farmacológicos para dermatofitoses em animais de companhia. Pubvet, 2018.
  2. Macedo, C. M., et al. Dermatofitose em cães e gatos. Veterinária e Zootecnia, 2021.
  3. Ribeiro, S. M. M. Ocorrência de dermatofitose em caninos e felinos. Pará, 2019.

Nota Final: 9,0
Orientador(a): MSc. Liege Teixeira
Data de Aprovação: 11/10/2024

Nossa Pós Graduações

Publicado em Deixe um comentário

Anestesiologia Veterinária: Uma Abordagem Abrangente e Atualizada

Introdução à Anestesiologia Veterinária

A anestesiologia veterinária é um campo em constante evolução, essencial para a segurança e o bem-estar dos animais durante procedimentos médicos e cirúrgicos. Com o avanço das tecnologias e das práticas clínicas, essa área se tornou mais sofisticada, exigindo conhecimento atualizado e técnicas especializadas para garantir o melhor cuidado possível aos pacientes. Este artigo explora as inovações mais recentes na anestesiologia veterinária, destacando a importância do treinamento contínuo e especializado, como o oferecido no curso reformulado da Equalis.


Evolução das Práticas Anestésicas

A evolução das práticas anestésicas revolucionou a medicina veterinária. O que antes era um campo limitado e pouco compreendido, hoje se transformou em uma área complexa, com técnicas que garantem maior segurança e conforto para os animais. Os avanços incluem desde o desenvolvimento de novos anestésicos até a modernização dos métodos de monitoramento, proporcionando mais precisão e controle durante os procedimentos. A aplicação dessas inovações garante maior eficácia e reduz riscos, ampliando o bem-estar dos pacientes.


A Relevância da Anestesiologia na Medicina Veterinária

A anestesiologia é fundamental para a realização segura de cirurgias e procedimentos invasivos, além de ser indispensável no manejo da dor. Técnicas anestésicas eficazes minimizam o sofrimento e aceleram a recuperação dos animais, assegurando uma melhor experiência tanto para o paciente quanto para o veterinário. Um domínio adequado dessas técnicas é essencial para garantir que os profissionais possam oferecer cuidados de excelência.


Visão Geral do Curso de Anestesiologia Veterinária da Equalis

Com o compromisso de formar veterinários altamente capacitados, o curso de Anestesiologia Veterinária da Equalis, liderado pela renomada D.Sc. Denise Fantoni, oferece uma abordagem completa e atualizada. Abrange desde os conceitos fundamentais até as práticas mais avançadas, incluindo monitoramento moderno e manejo de dor intra e pós-operatória. Esse curso é ideal para veterinários que buscam aprimorar suas habilidades e se manter atualizados com as tendências e inovações mais recentes do setor.

Links Internos e Externos

Links Internos:

Links Externos:

  • Associação Brasileira de Anestesiologia Veterinária (ABRAVET)
  • International Veterinary Academy of Pain Management (IVAPM)

Com este conteúdo, esperamos fornecer uma visão abrangente e detalhada sobre a anestesiologia veterinária, destacando a importância de um treinamento contínuo e especializado para garantir práticas seguras e eficazes na rotina clínica.